A Mirror Therapy (terapia espelho) foi, inicialmente, pensada e concebida para reduzir os sintomas de dor de membro fantasma em pacientes amputados.

Atualmente, constitui uma ferramenta terapêutica efectiva e frequentemente usada em pacientes com lesão neurológica. O objectivo da sua incorporação nas sessões de tratamento de terapia ocupacional e fisioterapia é a redução de dor de origem central e reabilitação motora.

A Mirror Therapy baseia-se no princípio de criar um reflexo, mediante um espelho, da extremidade não afetada de forma. Por este meio, o paciente substitui a informação visual que tem da sua extremidade afectada, seja uma afectação sensitiva, motora ou ambas. Esta abordagem visa ativar circuitos neuronais motores e por tanto diz-se que actua a nível superior do sistema nervoso, favorecendo o processo neuroplástico.

Actualmente, podemos encontrar na literatura várias teorias do comportamento cerebral frente à terapia espelho assim como vários protocolos e estratégias de incorporação nas sessões de reabilitação.

Esta técnica conta com a vantagem de ser económica e não necessitar de um grande esforço físico por parte do paciente nem do terapeuta. Ambos aspectos são importantes em situações de trabalho nas quais os recursos estão limitados. Por outro lado, exige um esforço cognitivo por parte do paciente e o conhecimento de estratégias por parte do terapeuta.
A Mirror Therapy é uma abordagem efetiva e de fácil integração com outros métodos/conceitos na área da Neuroreabilitação. Existe bastante evidência científica que demonstra a sua efetividade. Por exemplo, uma revisão recente da Cochrane  demonstra a sua efetividade na melhoria de funcionalidade do membro superior, atividades da vida diária e dor, assim como diminuição de alterações motoras associadas a acidentes isquémicos transitórios.